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A volta das fotonovelas

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Fotonovelas são quadrinhos que utilizam da força da fotografia para contar histórias. Consideradas durante muito tempo como um subgênero da literatura, as fotonovelas consistem em quadrinhos que utilizam da força da fotografia para contar histórias. Em geral, elas são divididas em capítulos cujo desfecho em clima de suspense desperta a curiosidade do leitor para sua continuação. Essa característica narrativa é o que aproxima as fotonovelas dos romances-folhetins do século XIX, apesar de terem surgido bem depois, no século XX, em meados da década de 40, na Itália. O neo-realismo italiano, tendência em voga no período, determinou a temática cotidiana, urbana e realista presente nas fotonovelas. Stefano Reda e Damiano Damiani são considerados os pioneiros dessa nova literatura que se inspirava, sobretudo, no cinema. Adaptações de filmes de sucesso como O Conde de Monte Cristo, O Morro dos Ventos Uivantes e A Dama das Camélias tornaram-se fotonovelas de sucesso. Logo, elas ganharam um público cativo, visto que o acesso ao cinema ainda era restrito e a difusão da televisão era limitada. No Brasil, as primeiras fotonovelas publicadas de que se tem notícia foram da revista Encanto, embora as revistas Grande Hotel e Capricho tenham alcançado fama ainda maior, no início dos anos 50. Na década de 70,  enquanto a televisão ainda era luxo de poucos, as fotonovelas atingiram seu auge e se popularizaram. Nessa época, mais de 20 revistas de fotonovelas chegaram a circular no país, publicadas por várias editoras, entre elas Bloch e Abril. Enquanto a maioria importava as fotonovelas da Itália, a Bloch produzia sua própria revista. Sucesso de época, a revista Sétimo Céu, trazia grandes celebridades da televisão e do rádio. Uma das edições mais famosas chegou a ter o cantor Roberto Carlos como protagonista da história. Tony Ramos, Antonio Fagundes e Regina Duarte são outras personalidades que participaram de fotonovelas.

As fotonovelas modernas

Depois do grande sucesso no Brasil durante os anos 50, 60 e 70, as fotonovelas perderam sua força. Mas, recentemente, voltaram à cena: agora, repaginadas e em rede. As fotonovelas contemporâneas usam a tecnologia a seu favor, e agregam a narrativa consagrada no passado a manipulações visuais, animações em flash, trailer e até mesmo trilha sonora. Criado em 2006 pelo designer e escritor curitibano Fabiano Vianna, o site O Crepúsculo é uma referência dessa nova roupagem das fotonovelas. Juntamente com uma equipe de fotógrafos e atores, as histórias do site contam com recursos de flash e efeitos de som e música. O enredo sofre influência não só do cinema e da televisão, mas também da música, dos quadrinhos, da literatura e das artes, sobretudo, a pop-art. A disponibilidade em tempo real, em todas as partes do mundo, e o custo baixo têm sido atribuídos às fotonovelas como fatores de seu sucesso entre os internautas. Os capítulos ficam disponíveis para quem quiser assistir e os atores, pessoas comuns, muitas vezes são recrutados entre os próprios internautas com perfis em redes sociais. São as fotonovelas se aproximando novamente do cotidiano. Ficou curioso, então, assista ao trailer da fotonovela A Infiel, do site O Crepúsculo. Gostou? Então compartilhe sua opinião, comentando este post.]]>

Leonardo Loio

Leonardo Loio

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2 thoughts on “A volta das fotonovelas

  • Gostaria muito que voltasse as fotonovela..sinto muita saudade da época que lia.

  • Cara, tomara mesmo que as fotonovelas voltem com tudo, porque o que não faltam são boas ideias. =)

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