Os “100 Livros Essenciais da Literatura Mundial” da revista Bravo! na Estante
A revista Bravo! lançou esse mês a edição especial “100 livros Essenciais da Literatura Mundial“, com o ranking das melhoras obras da história em todos os gêneros – segundo a revista, claro. A Estante tem todos eles, e muitas versões, edições e traduções. O vice-campeão do ranking, Odisséia, de Homero, tem mais de 3.300 resultados na busca, que vão de R$ 1 (um real) a R$ 309, de 1928 a 2011. Hamlet, o terceiro colocado, tem mais de 1.351 ocorrências, também com larga variedade de edições, preços e estados. Dom Quixote, o quarto da lista, possui mais de 2.500 ocorrências (!) (incluindo variações escritas com “Don”, por exemplo, e adaptações como a de Ana Maria Machado). Estão lá também Ulisses, de James Joyce, Guerra e Paz, deTolstói, Crime e Castigo, de Dostoievski, Em Busca do Tempo Perdido, de Proust, e o único livro brasileiro eleito, Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
Segundo o editor-senior Almir de Freitas, o ranking foi baseado principalmente na obra de Harold Bloom, um dos maiores críticos e especialistas americanos em literatura mundial, mas também levou em conta rankings da revista Time e Modern Library, além de alguns pesquisadores não-nominados. A revista não publicou o conteúdo nem link online, está disponível apenas nas bancas (a R$ 14,95).
É verdade, não postamos. O campeão é a “Ilíada”, de Homero.
Fiquei curiosa: quem é o primeiro lugar?
Bonito e bem contextualizado o comentário do José Carlos sobre os clássicos. Quanto ao fato de que os clássicos são os da literatura ocidental, concordo plenamente e acrescento que mesmo entre os ocidentais, determinadas línguas e escritores são privilegiados pela maior divulgação ou por razões sociais, políticas e até econômicas (escritores do Leste europeu, judeus, etc).
Comentando sobre o que disse o Lázaro, acho que, quando se diz que tal obra é um clássico, não se está referindo simplesmente ao valor literário, no sentido da excelência do texto. Acho que um clássico é mais do que um excelente livro.
Um livro clássico é um livro perene: uma obra excelente que cai no esquecimento algum tempo depois, deixa de ser um clássico.
Um clássico acaba por engendrar outros livros. É consequência da perenidade: livros que continuam sendo lidos geram outros livros, e porque são germes de outros livros, acabam sendo relidos, revisitados, como uma casa.
Um clássico também tem em si algo de universal e atemporal: por isso mantêm-se perene, por isso é sempre relido, por isso gera outros livros.
Suponho ser possível que daqui a 50 anos alguns dos clássicos de hoje saiam das listas, mas é bem razoável supôr que o Quixote e as Mil e uma Noites jamais saiam.
Há um problema nas listas de clássicos sobre o qual eu não tenho competência para falar, que é o fato de que os clássicos acabam sendo os clássicos da literatura ocidental, ou as obras que ela acabou entendendo como sua. Suponho que haja obras de outras culturas pouco valorizadas devido a circustâncias históricas.
Uma coisa para pensar: ao longo da história humana, várias obras foram perdidas (basta pensar na destruição da Biblioteca de Alexandria). O que perdemos? Ou essa perda pode ser considerada infinitesimal, se pensarmos em tudo o que restou e no que ainda há por vir?
Num ponto eu concordo plenamente. Há livros que, por nos terem impressionado particularmente, tornaram-se nossos clássicos. É como se cada um de nós fosse uma literatura ou até um universo, únicos, e somos.
Desded pequeno a minha fuga foi para a leitura,mas para a leitura universal, pois leio simplesmente pelo prazer de ler: não p/conhecimento nem para qualquer outra coisa. Assim sendo, não existe essa isso de “o melhor é esse”, ou “aquele”, ou então: leia os clássicos, ou ainda: “esse os críticos aplaudiram e o outro nem tanto”: parem com isso. Quando nós lemos, nós e unicamente nós, somos os críticos, sómente o leitor em ato de leitura poderá “sentir” o que está lendo, mais niguém.
Gratos.
Alô Robson,
É e não é. Acredito que, apesar disso ser um detalhe, se ele é norte-americano, ele é americano. Os dicionários de língua portuguesa podem te elucidar, geralmente dizem que as duas definições estão corretas. Apenas a abrangência é maior. Na verdade, o Harold Bloom é um dos maiores especialistas do mundo, a referência foi apenas uma tentativa de contextualizar. Você está sugerindo uma abrangência mais específica, que também poderia ser interessante. Mas como você mesmo falou, não é o tema nem está ligado, então tudo bem.
abs!
Apenas uma curiosidade, e nem está ligado ao tema (por isso minhas desculpas antecipadas),
mas por que as pessoas dizem “…um dos maiores críticos e especialistas americanos..” e não
“…um dos maiores críticos e especialistas norte-americanos..”. Quem foi que disse que a
América são os Estados Unidos. Eles são norte-americanos e não americanos. Nós brasileiros somos
da América do Sul e existe ainda a América Central. É ou não é ?
Abs,
Robson