Guiado pelo sonho de mudar o mundo, Alexandre Camilo tornou-se contador de histórias no início de sua juventude. “Os pais têm participação importante no gosto das crianças pelos livros. Minha mãe adorava ler histórias para mim e comprava muitos livros. Com 6 anos já sabia ler e ficava fascinado com o mundo fantástico das narrativas. Minha paixão pelos livros, então, se desenvolveu de forma natural e muito forte na infância”, conta Alexandre que faz questão de frisar que contar histórias não é atuar. Apesar, do uso comum de adereços cênicos, a paixão pela história é, segundo o contador, a principal ferramenta de trabalho de de quem narra histórias. “Contar histórias não é atuação, envolve outro universo. Requer estudo mas, muito mais do que técnica, é preciso contar com o coração. Existem excelentes contadores que não sabiam ler ou escrever mas tinham paixão pelos contos”, revela.
A primeira vez que percebeu o poder de suas histórias foi no retorno ao local de uma de suas contações. “Após voltar ao local de um trabalho, me deparei com um homem me questionando sobre o final de uma história que havia contado dois anos antes. Segundo ele, um compromisso havia o impedido de ouvir o desfecho. Lembrei que o conto narrava a história de um homem com fé mas que chegava ao céu atordoado e descrente. Foi, então, que percebi que minha história havia conversado com aquele homem. Ele se identificou com o personagem ou com a situação que ele estava vivendo”, relembra Alexandre que intitula a contação como algo sagrado! “Este é o poder de encantamento das histórias”, complementa o contador.
Buscando inspiração
Contar histórias é algo que requer bastante imaginação. Por isso, além da capacidade criativa do contador, o repertório para as contações também é infindável. “As histórias podem ser pessoais, inventadas, aumentadas, recontadas e extraídas dos livros”, afirma Warley Goulart, integrante do grupo
Os Tapetes Contadores de Histórias. Elas estão sempre em transformação. “Faço minha versão. Reescrevo e reconto a história do meu jeito. Quando um contador estuda uma história há um diálogo entre ele e a narrativa”, acrescenta Alexandre. Enquanto Warley se inspira nos contos de
Luís da Câmara Cascudo,
Sílvio Romero,
Ricardo Azevedo,
Carlos Drummond de Andrade,
Ana Maria Machado e
Monteiro Lobato; Alexandre cita as histórias de
Oscar Wilde,
Hans Christian Andersen e dos
irmãos Grimm como suas favoritas.
Os desafios de se tornar um contador de histórias
Ainda que todos nós sejamos contadores de histórias, ao narrar fatos do dia-a-dia, realizar o exercício profissionalmente requer habilidades e superação de desafios. Dentre os maiores obstáculos a serem transpostos no ato de contar histórias, Warley destaca o próprio momento da narrativa. “Cada encontro é um desafio. Se vamos a um hospital, por exemplo, nos deparamos com as seguintes questões: O que contar? Como contar? Que história vai fazer bem àquela criança?”. Além disso, durante as contações, é preciso manter o ser humano em segundo plano, deixando que o conto assuma o papel principal. “O bom contador de histórias é aquele que aprende a deixar as imagens das histórias fluírem. Ele as entrega para o público, deixando que a história se conte. É profundamente humilde, pois treina para desaparecer enquanto narra um conto. O bom contador de histórias é como um instrumento musical: o que importa é a música que passa por ele e ressoa na alma”, enfatiza Maísa Guapyassú, presidente da
Casa do Contador de Histórias.
A boa notícia para quem gosta de histórias é que os contadores vêm ganhando seu espaço em cena. “Houve uma grande popularização da figura do contador de histórias. Empresas têm dado incentivo. Livrarias também abrem seus espaços”, salienta Alexandre. A Casa do Contador de Histórias oferece cursos de formação para quem deseja ingressar no mundo fantástico das narrativas. “Todo mundo tem um contador de histórias dentro de si. Em alguns está mais escondido, em outros mais a flor da pele. No curso, ajudamos, através de várias técnicas, a aflorar esse contador de histórias”, explica Maísa. Para ser voluntário na casa, além de fazer o curso “
A Arte de Contar Histórias” é preciso participar de cursos de aperfeiçoamento e supervisões periódicas, nas quais são desenvolvidas as habilidades como contador.
Quer saber mais sobre a arte de contar histórias? Não deixe de ler o post
O Mundo Encantado dos Contadores de Histórias.]]>
SEM, SEO e tudo relacionado a buscadores, é o que eu gosto. Carioca, marketeiro, profissional de marketing digital, search marketing, tento aprender, discutir e ensinar.
O que ele faz, a alegria, o amor, a dedicação que ele coloca nas suas histórias é contagiante, é impressionante, que faz com que vc queira saber mais sobre essa pessoa (Alexandre Camilo).
Ele nos faz ter imaginação, navegar nesse meio, expandir o que sentimos e acrescentar coisas, fazer a história acontecer.
A alegria que Alexandre Camilo transmite, no momento em que está realizando o seu ofício de contador de histórias, é contagiante. A foto acrescenta magia ao texto e nos conduz ao mundo dos sonhos. A Casa do Contador de Histórias está de parabéns porque convida a nossa imaginação a se expandir e conhecer seres e lugares encantados. Além disso, as histórias são essenciais para que possamos viver melhor nesta realidade.
Contar histórias é materializar o sentimento do autor, que na maioria das vezes está recheado de amor.