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Foucault: Sexo, loucura e vigilância

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Michel Foucault foi uma das mentes mais brilhantes do século XX, transitando por importantes questões do comportamento humano.

Aqui no Estante Blog, adoramos efemérides. Por isso, neste Dia do Mestre, nossa homenagem é para um dos maiores filósofos da contemporaneidade, o francês Michel Foucault, que neste 15 de outubro completaria 92 anos. Vanguardista, já na década de 1960, ele foi teórico e ativista na luta antimanicomial com História da Loucura; ao sistema penitenciário, após as revoltas nos presídios franceses, com Vigiar e Punir e do movimento gay no livro História da Sexualidade.

Transitando entre diversas áreas do conhecimento, desde a antropologia, a filosofia e a psicologia, o filósofo aparecia no cenário filosófico contemporâneo como portador de uma nova questão de método. Essa dizia respeito a seu modo peculiar de fazer a filosofia. Contrariamente ao padrão tradicional do comentário de textos e das grandes dissertações sobre autores, Foucault apresentava um trabalho sobre a lenta transformação da experiência da loucura em doença mental, ou seja, em objeto de um discurso que aspira a cientificidade (a psicologia e a psiquiatria) e que visa fundar modos estabelecidos de intervenção.

Mais do que um teórico e professor da cátedra História dos Sistemas do Pensamento, no célebre Collège de France, ele foi um ativista, exercendo a filosofia prática ao envolver-se em campanhas anti-racismo, anti-abusos de direitos humanos e lutas por reformas do sistema penal. Para o filósofo americano Philip Stokes, de forma geral, o trabalho de Foucault é obscuro e pessimista, mas permite algum espaço para o otimismo, na medida em que ilustra como a filosofia pode nos auxiliar a enxergar áreas de dominação. Stokes explica que, ao enxergarmos estas áreas com maior clareza nós somos capazes de entender como somos dominados e conceber estruturas sociais que minimizem o risco da dominação.

Relembre a bibliografia do pensador:


História da Loucura

A História da Loucura, hoje um clássico da filosofia, continuamente refocalizada em toda a parte, vem mantendo a condição de obra que expressa aspectos fundamentais do pensamento hodierno. Mais do que isso, deve-se ressaltar o efeito revolucionário de seu discurso, que pôs em xeque concepções longamente firmadas sob o rótulo de verdades científicas, como no campo da medicina psiquiátrica, onde sua análise crítica atingiu gravemente a operacionalidade terapêutica das noções tradicionais de sanidade e loucura.História da Loucura


O Nascimento da Clínica

O início do século XIX assinala o momento em que a medicina, criticando seu passado e para justificar sua originalidade, se apresenta como medicina científica. Como caracterizar essa transformação fundamental na organização do conhecimento médico e de sua prática Michel Foucault procura responder a essa questão demonstrando que a ruptura que se processou no saber médico não é devida basicamente a um refinamento conceitual, nem à utilização de instrumentos técnicos mais potentes, mas a uma mudança ao nível de seus objetos, conceitos e métodos. Esta obra, parte de um projeto amplo e ambicioso de crítica histórico- filosófica às estruturas políticas e epistemológicas que presidem à racionalidade do mundo contemporâneo, descobre, assim, ao nível da medicina, uma trajetória importantíssima para dar conta da constituição das ciências humanas e sociais e da instauração do tipo de poder característico das sociedades capitalistas.

O Nascimento da Clínica


Arqueologia do saber

A premissa de Foucault é que os sistemas de pensamento e conhecimento (“epistemes” ou “formações discursivas”) são governados por regras (além das gramaticais e da lógica) que operam sob a consciência de sujeitos individuais e definem um sistema de possibilidades conceituais que determinam os limites do pensamento e do uso da linguagem em um determinado domínio e período. Foucault também fornece um tratamento filosófico e crítico das leituras estruturais fenomenológicas e dogmáticas da história e da filosofia, retratando as narrativas contínuas como modos ingênuos de projetar nossa própria consciência sobre o passado, sendo assim exclusivo e excludente.


Vigiar e Punir

É um estudo científico, documentado, sobre a evolução histórica da legislação penal e respectivos métodos coercitivos e punitivos, adotados pelo poder público na repressão da delinqüência. Métodos que vão desde a violência física até instituições correcionais.

vigiar e punir


Historia da sexualidade | Volume 1: A vontade de saber

Ao longo dos anos 1970, Michel Foucault dedicou seu trabalho no Collège de France à análise do lugar da sexualidade na sociedade ocidental. Sua reflexão encontrou no sexo e na sexualidade a causa de todos os acontecimentos da vida social. O filósofo empreendeu uma pesquisa histórica, estabelecendo uma antropologia e uma análise dos discursos acerca desse tema tão fundamental para a condição humana. A trilogia que é reconhecidamente um dos grandes trabalhos do pensador ganhou nova capa, com o intuito de valorizar ainda mais a obra que há anos é fonte de pesquisa e consulta para milhares de estudiosos.

Volume 1- A vontade de saber: Pensado como uma introdução aos temas a serem desenvolvidos nos volumes seguintes, A vontade de saber é um livro ousado e surpreendente por mostrar com brilhantismo que, diferentemente do que em geral se pensa, a sexualidade não foi reprimida com o advento do capitalismo. Ao contrário, desde meados do século XVI — processo que se intensifica a partir do século XIX com o nascimento das ciências humanas e, sobretudo, da psicanálise —, o sexo foi incitado a se confessar, a se manifestar.


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Leonardo Loio
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Leonardo Loio

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