Dica de professor: 10 livros para se aprofundar no estudo da Filosofia
Dos pré-socráticos aos pós-modernos, a Filosofia continua sendo um dos campos de estudo mais complexos e intrigantes das Ciências Humanas
Amada por alguns, incompreendida por muitos outros, a filosofia é, de certo, umas das disciplinas que mais desperta reações conflitantes em quem precisa estudá-la. Mas o que não se pode negar é a sua importância para o desenvolvimento das ciências e compreensão da própria civilização.
Exatamente por isso, a filosofia está presente nas mais diversas áreas do conhecimento, sendo disciplina obrigatória em vários cursos universitários, além de ser ela mesma um campo de estudo. Então, como criar afinidade com algo tão complexo e que tem tantas ramificações?
Para o professor de filosofia Márcio Tavares D’Amaral, docente emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, alguns livros e autores são essenciais para se aprofundar no assunto. Neste post, reunimos dez títulos indicados por ele para guiar, em ordem cronológica, aqueles que querem se aventurar no estudo das questões fundamentais da existência humana.
Sobre o professor: Márcio Amaral, como gosta de ser chamado por seus alunos, é formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela PUC-Rio, mestre em Comunicação e doutor em Letras, ambos pela UFRJ, e pós-doutor em Filosofia pela Universidade de Paris V – Sorbonne Sciences Humaines. Tem mais de 20 livros publicados, alguns como organizador, sobre filosofia, comunicação, além de biografias, romances e poesias.
Confira as recomendações:
Górgias, de Platão
Entre tantos diálogos narrados por Platão, o professor Márcio Amaral escolheu Górgias por conta da relação entre seus temas e questões relevantes da atualidade, como a chamada pós-verdade. No texto, Sócrates e Querefonte debatem a utilidade da retórica com os sofistas Górgias, Polo e Cálicles, que colocam o convencimento acima do conhecimento.
Ética a Nicômaco, de Aristóteles
Considerada uma das obras mais importantes de Aristóteles, Ética a Nicômaco apresenta as concepções do último grande filósofo grego sobre ética, virtude, justiça, amizade e felicidade. De acordo com Márcio, é a base de qualquer discussão séria sobre os fundamentos desses conceitos até hoje.
Confissões, de Santo Agostinho
Santo Agostinho foi o principal filósofo do período patrístico e seu livro Confissões é considerado a primeira autobiografia da história. A obra apresenta uma reconstrução da vida de Agostinho, incluindo os anos anteriores a sua conversão ao cristianismo e sua visão filosófica-teológica sobre os escritos da Bíblia.
O Ente e a Essência, de São Tomás de Aquino
Seguindo a cronologia das obras, o quarto livro indicado é O Ente e a Essência, do filósofo e teólogo escolástico Tomás de Aquino. Sua importância se deve à abordagem da metafísica do ser sob um olhar que mescla a razão grega, inspirada em Aristóteles, e a fé cristã. Para Márcio, é “uma brilhante compreensão da questão da natureza verdadeira”.
Genealogia da Moral, de Friedrich Nietzsche
Complemento do livro Além do Bem e do Mal, Genealogia da Moral é uma das obras de mais destaque do filósofo alemão Friedrich Nietzsche. Sob diferentes ângulos, o autor analisa a origem dos conceitos e pré-conceitos morais da cultura ocidental. Ao refletir sobre bom e mau, culpa e ascetismo, Nietzsche expõe a fabricação dos valores éticos e sua dimensão de poder.
Crepúsculo dos Ídolos, de Friedrich Nietzsche
Mais uma sugestão de Nietzsche do professor Márcio. Desta vez, em Crepúsculo dos Ídolos, o alemão tece uma crítica radical aos “ídolos”: a moral cristã, a religião e a filosofia e cultura ocidental. Segundo o professor, “é o início da grande crítica do século XX aos pressupostos multisseculares da filosofia, que culminou com os pós-modernos no fim do século”.
A Questão da Técnica, em Ensaios e Conferências, de Martin Heidegger
No ensaio A Questão da Técnica, encontrado no livro Ensaios e Conferências, Heidegger antecipa o papel essencial da técnica no mundo contemporâneo. Para o filósofo, a técnica não é uma atividade, mas um tipo de saber, o qual é regido pela ideia de eficácia. Para Márcio, Heidegger é, ao lado de Foucault, “um dos devedores de Nietzsche”.
Da Essência da Verdade, em Ser e Verdade, de Martin Heidegger
Também publicado dentro de um livro, neste caso Ser e Verdade, Da Essência da Verdade busca compreender o que seu próprio título indica: o que é a verdade. A partir da compreensão do papel da filosofia, o texto apresenta diferentes visões sobre o conceito de verdadeiro e que levam a questão do ser. “Iluminador para o mundo da pós-verdade”, segundo o professor.
A Coragem da Verdade, de Michel Foucault
Baseado no último seminário apresentado por Foucault no Collège de France, A Coragem da Verdade aborda o “dizer-a-verdade” e a prática filosófica e propõe um novo estudo do cinismo antigo. Márcio Amaral define este livro como “precioso para a reflexão num momento em que se diz que não há mais verdade, tudo é narrativa”.
A Transparência do Mal, de Jean Baudrillard
A modernidade trouxe a liberação em diferentes domínios, como a das forças produtivas, das pulsões inconscientes e da arte. Neste contexto, Jean Baudrillard apresenta em A Transparência do Mal um entendimento da sociedade contemporânea a partir da visão dos grandes valores que guiam a cultura ocidental.
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Parabens!!!
E da maior importancia este trabalho feito via internet.
Parabens!!!
Gostei muito das sugestões de títulos enviados.
Gratidão!