Um conto por dia: 9 livros para manter o hábito da leitura
A melhor maneira de retomar a rotina literária é encaixar pequenos contos no dia a dia.
O brasileiro lê em média quatro livros por ano! Parece bom né?! Para uma população de 207 milhões de brasileiros. Mas somente dois deles são concluídos e apenas metade da população (44%) pode ser considerada leitora – ou seja, quem lê mais de um livro por ano.
Os dados são da última pesquisa Retratos da Leitura no Brasil e é um ótimo espelho para pensar em nossos próprios hábitos e de outras pessoas ao redor. A vida é corrida, parece que nunca dá tempo de fazer algo. Mas mesmo assim, dá para aproveitar nossos pequenos intervalos para leitura, no ônibus, no uber, no metrô ou na fila do pão. Histórias rápidas são ideias para esses momentos.
É nessa hora que lembramos dos contistas. Especialistas em narrativas curtas e com a mesma fascinação de um longo romance. Vale lembrar os cânones como Machado de Assis, Vinícius de Morais e Clarice Lispector ou jovens estreantes que estão mudando a cara do conto nacional como João Paulo Cuenca, Marcelino Freire ou Geovane Martins. Abaixo reunimos uma lista para ajudá-lo nessa prazerosa missão. 😉
LEIA TAMBÉM: Número de leitores no país subiu 6 pontos percentuais em 4 anos
História da sua vida e outros contos, de Ted Chiang
Um dos autores de mais destaque no cenário da ficção científica é Ted Chiang. Com História da sua vida e outros contos, o autor ganhou no total 9 importantes prêmios. Entre as histórias dotadas de rigor científico e humanidade estão “A torre da Babilônia”, na qual um minerador sobe a famosa torre com a missão de escavar a abóbada celeste; “Divisão por zero”, uma reflexão precisa e devastadora sobre o fim da esperança e do amor, e “História da sua vida”, na qual uma linguista aprende um idioma alienígena que modifica sua visão de mundo. O conto que dá título ao volume serviu como base para o roteiro de A Chegada, filme estrelado por Amy Adams e Jeremy Renner.
Nesta obra, Chiang comprovou seu inegável talento para a boa ficção científica: a capacidade de contar uma história humana, extremamente bem escrita, na qual a ciência funciona como expressão dos questionamentos mais profundos enfrentados pelos personagens.
Homens sem mulheres, de Haruki Murakami
Murakami é um autor capaz de criar universos próprios, que se desdobram em romances de fôlego e personagens cativantes. Mas ele é também um excelente contista, e sua produção mais recente está reunida neste volume: sete histórias que tratam de relações amorosas e trazem o estilo único do autor. São contos sobre o isolamento e a solidão que permeiam as relações amorosas: homens que perderam uma mulher depois de um relacionamento marcado por mal-entendidos. No entanto, as verdadeiras protagonistas destas histórias — cheias de referências à música, a Kafka, às Mil e uma noites e, no caso do título, a Hemingway — são as mulheres, que misteriosamente invadem a vida dos homens e desaparecem, deixando uma marca inesquecível na vida daqueles que amam.
Na berma de nenhuma estrada e outros contos, de Mia Couto
Mia Couto selecionou 38 textos, publicados originalmente em jornais e revistas ao longo dos últimos anos, para esta coletânea que chamou de Na berma de nenhuma estrada. Nestes contos, cada novo encontro com a sua escrita significa uma viagem que não queremos ver terminar. A intensidade das personagens, a multiplicidade de registros em que as várias tramas ocorrem, o universo do fantástico e do sobrenatural coexistindo em perfeita sintonia com o cotidiano da tradição, da cultura e da vivência.
Contos, de Machado de Assis
Um homem que tem o estranho prazer de torturar ratos, e encara a morte da mulher com a mesma satisfação; uma mulher tão obcecada em esconder a idade que impede a filha de se casar; um afortunado compositor de melodias populares que deseja desesperadamente escrever música clássica; um rapazinho de quinze anos que se deixa empolgar pela visão dos braços de uma mulher mais velha… Essas são algumas das situações e personagens desta nova antologia de contos de Machado de Assis, que inclui textos famosos mas também escolhas mais inusitadas.
Felicidade clandestina, de Clarice Lispector
Publicado pela primeira vez em 1971, Felicidade clandestina reúne 25 contos que falam de infância, adolescência e família, mas relatam, acima de tudo, as angústias da alma. Como é comum na obra de Clarice Lispector, a descrição dos ambientes e das personagens perde importância para a revelação de sentimentos mais profundos. “Felicidade clandestina” é o nome do primeiro conto. Como em muitos outros, é narrado na primeira pessoa, e mostra que o prazer da leitura é solitário e, quando difícil de ser conquistado, torna-se ainda maior. O conto narra a crueldade da filha do dono de uma livraria que se recusa a emprestar As reinações de Narizinho , de Monteiro Lobato, até que a intervenção da mãe da menina permite à narradora deliciar-se, vagarosamente, com a posse do livro. A história, como outras do livro, acontece no Recife, onde a autora passou sua infância.
Ilusões do mundo, de Cecília Meireles
Depois de ter lançado Antologia Poética Cecília Meireles e Vaga música, em fevereiro e março respectivamente, a Global Editora leva às livrarias Ilusões do mundo. Este livro revela uma faceta pouco divulgada de Cecília Meireles, que é a Cecília cronista. A obra reúne crônicas que mostram a sutil capacidade da autora de transmutar temas fortuitos em matérias de re-levância, graças à sensibilidade para flagrar o insólito e levar o leitor a refletir sobre sua vida e seu tempo.
Para viver um grande amor, de Vinicius de Moraes
Pode-se dizer deste livro que ele é um clássico moderno. Publicado pela primeira vez em 1962, seu público leitor só fez crescer desde então. O título — Para viver um grande amor — parece exercer sobre nós um grande fascínio. Vinicius de Moraes não decepciona seu leitor. E talvez devêssemos acrescentar: ele nunca nos decepciona, alçando-nos, ao contrário,além de nossas expectativas.Para viver um grande amor estrutura-se de modo singular: alterna poesia e prosa. As crônicas guardam as marcas típicas do gênero, como a observação aguda do cotidiano e a linguagem despojada.Mas, além disso, conforme o próprio Vinicius, “há, para o leitor que se der ao trabalho de percorrê-las em sua integridade, uma unidade evidente que as enfeixa: a do grande amor”.
O sol na cabeça, de Geovani Martins
É preciso ler O Sol na Cabeça, contos do estreante carioca Geovani Martins. Em suas breves histórias, o autor apresentar personagens crescidos em favelas cariocas nas últimas décadas, sobreviventes de UPPs, guerras de facções, milícias e incursões da polícia e Exército. Um verdadeiro dicionário da favela, que conquistou crítica e leitores.
A última madrugada, de João Paulo Cuenca
Considerado um dos jovens autores mais destacados da América Latina, João Paulo Cuenca presenteia os leitores com uma reunião de suas melhores crônicas, publicadas em jornais entre 2003 e 2010. Nelas, Cuenca narra fatos reais ou não, descreve pessoas, situações corriqueiras ou espetaculares e revela, entre uma linha e outra, pensamentos e crenças que moldaram sua visão de mundo. Em “A última madrugada” o leitor descobre, entre outras histórias, o drama de um garoto que não quer perder seus pensamentos e por isso teme morrer, um carnaval sem cores de alegria, os conselhos que Stendhal daria a um artilheiro do Flamengo, ou toda a emoção que um simples corte de cabelo pode carregar. A última crônica dá nome ao livro. Com a sensibilidade típica de seus textos Cuenca retrata com olhar surpreso, as maravilhas do cotidiano rotineiro que acabamos não enxergando com o passar do tempo.
Recebi este link hoje e fiquei muito feliz. Veio num momento precioso, perdi uma filha de uma maneira imensamente triste e sofrida e, logo depois veio a quarentena do vírus. Teve o uma boa companhia para estes dias infinitos. Como faço para comprar?
Oi, Maria, meus pêsames por sua filha. Muita força neste momento! Para adquirir livros na Estante Virtual, basta acessar o nosso site (www.estantevirtual.com.br), digitar o título do livro desejado no campo de busca e escolher um dos exemplares disponíveis. Que você encontre muitos livros incríveis e reconfortantes. Boa leitura!