A vida e as crônicas de Rubem Braga
Rubem Braga, o inventor de gênero
Rubem Braga considerado o inventor do gênero literário da crônica no Brasil. Antes dele, autores como Machado de Assis, já tinham crônicas publicadas, mas foi o pioneirismo de Rubem Braga que trouxe o lirismo, a poesia, a simplicidade, a melancolia e o romantismo presentes no cotidiano – características que tornaram o estilo popular. Nascido no dia 12 de janeiro de 1913, em Itapemirim, no Espírito Santo, era irmão do poeta e jornalista Newton Braga.
Sou um homem quieto, o que eu gosto é ficar num banco sentado, entre moitas, calado, anoitecendo devagar, meio triste, lembrando umas coisas, umas coisas que nem valiam a pena lembrar.
Rubem iniciou sua trajetória com as palavras ao tornar-se jornalista profissional ainda adolescente, aos 15 anos, trabalhando no jornal de sua cidade, o Correio do Sul. Apesar de ter se formado em Direito, nunca exerceu a profissão. O mais perto que chegou foi quando exerceu no exterior a função de diplomata e, no entanto, continuou trabalhando como jornalista, cobrindo os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial. No Brasil, escreveu crônicas e críticas literárias para diversos jornais, como A folha de São Paulo, Diário da Tarde e o Jornal Hoje.
Um divisor de águas para as crônicas brasileiras
De acordo com grande parte dos críticos especializados em literatura, a crônica literária brasileira se divide entre antes e depois de Rubem Braga. Seus textos eram feitos em formato de protesto, levando o autor a prisão duas vezes durante a ditadura do Estado Novo no Brasil. Suas crônicas camufladas com críticas ao regime resultaram em perseguição política. Como jornalista, chegou a criticar a liberdade de imprensa que, segundo ele, disfarçava a violência cometida em nome de uma revolução.
Rubem Braga faleceu no dia 19 de dezembro de 1990, deixando um legado de inovação na literatura nacional, além da colaboração em diversos periódicos e antologias, agregando imensamente para a cultura brasileira. Descubra suas obras!
Ai de ti, Copacabana, de Rubem Braga
Ai de ti, Copacabana, é um livro que reúne crônicas, escritas de abril de 1955 à março de 1960, selecionadas e organizadas pelo próprio autor. As crônicas, impregnadas com o amor do autor à vida simples, dos humildes e sofredores, abordam assuntos do dia-a-dia, da infância, da mocidade e dos primeiros amores da vida.
200 Crônicas escolhidas, de Rubem Braga
200 Crônicas escolhidas é uma reunião dos melhores textos produzidos por Rubem Braga entre os anos de 1935 e 1977. A escolha das crônicas foi feita pelo próprio autor, com base na seleção original do amigo e também escritor Fernando Sabino.
O verão e as mulheres, de Rubem Braga
Em O verão e as mulheres o autor seleciona suas crônicas publicadas entre 1953 e 1955 no Correio da Manhã do Rio de Janeiro e outros jornais. Nelas, ele fala de si mesmo, de seus sentimentos e experiência mais profundas, desde a infância até a idade adulta.
Recado de primavera, de Rubem Braga
Nas crônicas apresentadas neste livro, Rubem Braga fala de amores, da Revolução de 1932, do diário secreto de um homem subversivo, e de histórias típicas de primavera, com o romantismo das nuvens, passarinhos e estrelas que brilham sobre o mar.
Um cartão de Paris, de Rubem Braga
Apresenta os textos de Rubem Braga publicados em um dos maiores jornais do Brasil, O Estado de S.Paulo, de 1988 à 1990.