Dos livros vieram, para os livros voltaram
personagens na vida real. Não é à toa que diversos deles já ganharam “carne e ossos” no cinema e no teatro. Inspirada nessa curiosidade própria do ser humano, a artista plástica canadense Lissy Laricchia teve uma ideia inusitada e criativa: fazer suas personagens femininas preferidas “voltarem” para os seus livros de origem no ensaio intitulado Get Back In Your Book (Volte para seu livro). O ensaio fotográfico pode ser interpretado como uma crítica à necessidade humana de dar “cara” aos personagens dos livros. Afinal, os leitores hão de concordar: deixar a imaginação livre ao ler as páginas de um livro é muito melhor! Além disso, por mais que o livro seja descritivo e nos dê bastantes dicas sobre a aparência e a personalidade de cada personagem, dificilmente o cinema ou o teatro conseguirão reproduzir fielmente o que foi imaginado por cada leitor. Alice, de Alice no País das Maravilhas, ganhou corpo, recentemente, nas telonas, através do filme homônimo de Tim Burton. Além da materialização realizada nas mãos de seu produtor, outras versões de Alice, até mesmo em desenho animado, já davam palpites de como seria a personagem das histórias de Lewis Carroll. Hermione, fiel companheira de Harry Potter, saiu dos livros de J.K. Rowling e foi materializada em 7 filmes: o último lançado em 2010. Agora, puxada por seu clássico cachecol, ela volta para seu livro de origem.
E quem não se lembra de Wendy, a menina de 12 anos que parte com seus dois irmãos para a Terra do Nunca e lá vivem aventuras inesquecíveis ao lado de Peter Pan? No trabalho de Lissy Laricchia, a personagem de James Barrie retorna ao mundo dos livros com a mítica Fada Sininho. Bela, do livro A Bela e a Fera, de Jeanne Marie Leprince de Beaumont, também se despede do mundo real para descobrir, nas páginas de um livro, seu amor verdadeiro.
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Muito boas imagens e explanação! Compartilho das mesmas premissas.
A lógica do regresso às páginas dos livros tem um apelo belíssimo. As imagens que identificam os personagens, mas tiram suas “caras” de cena fazem uma referência à devolução do exercício de se imaginar. Uma vez aberta a porta e visitado o “quarto”, esse jamais sairá de nossas memórias. Mas, ao se fecharem as portas, abrem-se outras onde aquela experiência ganha nova vida e devolve o ato maravilhoso e particular do imaginar de forma tendenciosa, mas enriquecida pelos detalhes únicos presente na singularidade de cada leitor. Lindo de se ver … e ler.