Cinco livros brasileiros que viraram filmes
Conheça os livros que inspiraram o cinema brasileiro No dia 19 de junho de 1898, Afonso Segreto registrou as primeiras imagens em movimento do território brasileiro. Apesar da ser tecnicamente uma realização multinacional, já que o italiano registrou a entrada da baía de Guanabara a bordo do navio francês Brésil. Confira uma lista de livros nacionais que inspiraram filmes memoráveis. Eu receberia as piores noticias dos seus lindos lábios [caption id="attachment_16940" align="aligncenter" width="660"] Veja o livro[/caption] Marçal Aquino é jornalista, roteirista e escritor de ficção adulta e juvenil. No cinema, Marçal tem uma produtiva parceria com o diretor Beto Brandt, adaptando as próprias obras e levando seus personagens atormentados em alguma parte do Brasil profundo para as telonas. Foi assim com O invasor. E é assim com a nossa recomendação Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios. O livro conta a história de Cauby, um fotógrafo de uma revista semanal que resolve trocar São Paulo pelo interior do Pará, onde a bela Lavínia, mulher do pastor Ernani, o espera para viver um intenso triângulo amoroso tropical e equatorial. Estação Carandiru [caption id="attachment_16942" align="aligncenter" width="660"] Veja o livro[/caption] Hoje em dia estamos acostumados a ver o doutor Drauzio Varella ditando, no programa Fantástico, o que faz mal ou o que engorda. Mas, no fim dos anos noventa, o médico oncologista lançou um best-seller que marcou época. Sua experiência como médico voluntário na Casa de Detenção de São Paulo o colocou como o homem certo no lugar errado na hora certa. Em Estação Carandiru, Varella conta o que ouviu e presenciou dos acontecimentos que culminaram com o massacre de cento e onze detentos no “Pavilhão 9″em 1992. O livro foi um dos maiores fenômenos editoriais brasileiros, com mais de 460 mil exemplares vendidos e vencedor do Prêmio Jabuti 2000, categoria Não-Ficção. Foi adaptado para o cinema com o título de Carandiru. Junto com Tropa de elite, Cidade de Deus e Central do Brasil, Carandiru é um dos filmes mais importantes da retomada do cinema nacional. Macunaíma [caption id="attachment_16943" align="aligncenter" width="660"] Veja o livro[/caption] Homenageado da Flip deste ano, Mário de Andrade também é autor do livro que inspirou um dos mais importantes filmes do cinema nacional. Macunaíma nasceu numa tribo amazônica. Diferente das outras crianças da comunidade, ele é mentiroso, traidor, pratica muitas safadezas e fala palavrões, além de ser extremamente preguiçoso. Macunaíma cresce e se torna o primeiro anti-herói brasileiro, numa jornada para descobrir a inutilidade dos heróis sem ideais. Se a vida de Macunaíma é uma sucessão de trapalhadas e fracassos, o mesmo não pode ser dito da adaptação para o cinema de 1969. O elenco estelar fez jus ao material original. O protagonista foi vivido por Grande Otelo. Paulo José, Dana Sfat e Milton Gonçalves completaram o elenco da comédia adaptada e dirigida por Joaquim Pedro de Andrade. Chatô, o rei do Brasil Não dá para fazer uma lista inspirada em cinema nacional sem falar nos imbróglios da produção cinematográfica brasileira. Quando falamos em cinema no Brasil, falamos em financiamento público. Quando falamos em financiamento público, temos que falar de Chatô, o rei do Brasil. O livro de Fernando Morais, lançado em 1994, é a biografia de Assis Chateaubriand, fundador dos Diários Associados e um dos homens mais influentes e polêmicos do Brasil no século XX. Chatô, para os íntimos, foi o responsável por trazer a televisão ao Brasil nos anos 50. Sua personalidade polêmica e arrojada fazem da sua história um irresistível convite para a criação do mito do Cidadão Kane verde-amarelo baseado em fatos reais. Coube ao ator Guilherme Fontes essa missão hercúlea. 66 milhões de reais e 20 anos mais tarde, Chatô tem previsão de estreia para 2015. Aguarde. Canto dos malditos Aos 17 anos, Neto era usuário de maconha e outros medicamentos de uso restrito. Quando seu o pai encontrou alguns cigarros de maconha no bolso de uma jaqueta do filho, resolveu interná-lo em um hospital psiquiátrico para tratar de seu vício. Em um período de três anos, o jovem foi transferido de um hospital a outro, tendo sido submetido a torturas e eletrochoques. O resultado de todo o abuso é um libelo contra a indústria manicomial brasileira na voz de uma das muitas vítimas. O autor foi a primeira pessoa no país a mover uma ação indenizatória por erros de diagnóstico, tratamentos torturantes e crimes contra médicos psiquiatras. Por incrível que pareça, o Tribunal de Justiça do Paraná condenou Austregésilo a pagar a médicos 60 mil reais de indenização por danos morais aos psiquiatras que o torturaram, devido a críticas contidas em seu livro. Os mesmos doutores conseguiram ainda que Canto dos malditos fosse retirado de circulação em todo o país, fazendo dela a primeira obra censurada no Brasil desde a ditadura militar, decisão que foi revista recentemente. Em 2000, o filme Bicho de sete cabeças, dirigido por Laís Bodanzky e com roteiro de Luiz Bolognesi, trouxe para as telas o drama de Austregésilo Carrano Bueno. O protagonista foi interpretado por Rodrigo Santoro, com companhia de Othon Bastos e Cássia Kis Magro. Bicho de Sete Cabeças recebeu vários prêmios, como o Prêmio Qualidade Brasil, o Grande Prêmio Cinema Brasil e o Troféu APCA. O filme abriu portas de Hollywood para Rodrigo Santoro, que foi escolhido para integrar o elenco do seriado americano Lost. Austregésilo morreu em 2008, vítima de câncer. 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