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15 dicas de livros para ler neste ano

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Confira a seleção de livros para ler em 2023. A lista reúne obras de ficção e não ficção para todos os gostos.

E aí, já estabeleceu as metas de leituras para 2023? Não é uma tarefa tão fácil quanto parece. Além dos clássicos da literatura brasileira e estrangeira, o público leitor tem à disposição inúmeros lançamentos editados pelas  grandes e pequenas editoras. 

Nos últimos anos, o mercado editorial brasileiro trouxe muitas novidades, que refletem a diversidade da literatura, com  estilos, gêneros e temáticas diversas. Para ajudar quem está montando a lista de leitura para os próximos meses, selecionei quinze livros incríveis dos mais variados gêneros. 

Com obras de ficção e não ficção, a lista reúne livros vencedores do Prêmio Jabuti e obras lançadas em 2022. Além disso, há uma seleção de livros de autores vencedores do Nobel de Literatura. 

Mas antes de conferir, não esqueça de ser realista: ter o hábito de leitura é mais importante do que criar longas listas com metas inalcançáveis. 

Confira as sugestões e amplie o repertório literário! 

5 livros lançados em  2022

Solitária, Eliane Alves Cruz

Solitária conta a história de duas mulheres negras, Mabel e Eunice, mãe e filha, que moram no trabalho, um condomínio de luxo desses encontrados em qualquer grande cidade brasileira. Eunice, a mãe, é testemunha-chave de um crime chocante ocorrido na casa dos patrões. Mabel, a filha, constrói o caminho que leva não apenas à elucidação deste crime, mas a uma mudança radical na vida das pessoas que cercam as protagonistas. Em prosa ágil, intensa e assertiva, Eliana Alves Cruz constrói uma miríade de histórias que revolve o imaginário do trabalho doméstico no Brasil ― ainda tão vinculado à época escravocrata ― e o relaciona a questões contemporâneas urgentes como a pandemia, o debate sobre ações afirmativas e a luta por direitos reprodutivos.


A Casa de Doces, Jennifer Egan

“A Casa de doces”, de Jennifer Egan, é uma espécie de continuação do aclamado  “A visita cruel do tempo” (Pulitzer em 2011). Em seu novo livro,  a autora retoma vários personagens secundários daquela história, a começar por Bix Bouton, um empresário de sucesso, conhecido por todos como um “semideus da tecnologia”. Mas, aos 40 anos, ele está exausto e desesperado por uma nova ideia. Até que se depara com um debate entre professores da Universidade de Columbia e descobre que um deles está pesquisando a “externalização” da memória humana. Em 2020, a nova e assustadora ferramenta de Bix, ‘Domine Seu Inconsciente’, já seduziu multidões. Mas nem todos se renderam aos seus encantos.


Conto de fadas , Stephen King

O novo livro do mestre do terror, Stephen King, é uma fantasia sombria que conta a história de Charlie Reade, um garoto que descobre o portal para um novo mundo, onde Bem e Mal estão em guerra. Charlie é um garoto comum, que após perder a mãe num grave acidente, precisa aprender a cuidar de si e do pai. Certo dia, ao pedalar pela rua de casa, o menino atende um pedido de socorro vindo do quintal de um dos vizinhos: Howard Bowditch. O homem recluso e rabugento, que amedrontava as crianças do bairro, cai de uma escada e se machuca gravemente. Enquanto Bowditch se recupera, Charlie passa a ajudar o vizinho. Quando Bowditch morre, Charlie se depara com uma fita cassete que revela um segredo inimaginável.


Em Busca de Mim , de Viola Davis 

Em sua autobiografia “Em Busca de Mim”, Viola Davis narra sua trajetória, passando pela infância difícil até o estrelato, pela vida no singelo apartamento,  na cidade de Central Falls, em Rhode Island, até os palcos de Nova York. Nas palavras de Viola, o livro é uma reflexão profunda, uma promessa e uma declaração de amor a si mesma. “Espero que minha história o inspire a revolucionar sua vida de forma criativa e a redescobrir quem você era antes que o mundo tentasse defini-lo”, afirma Viola.


Uma temporada no inferno, Henrique Marques Samyn

Romance em fragmentos, “Uma temporada no inferno” dialoga intensamente com a vida e a obra de Lima Barreto e reconstitui um período no qual os discursos e as práticas eugenistas faziam convergir o racismo e a violência manicomial. Após a transferência dos internos do Hospício Nacional de Alienados, descobrem-se no prédio duas pilhas de anotações atribuídas a um paciente jamais identificado. A leitura dos fragmentos revela a história de um escritor que voluntariamente se internou no Hospício para seguir os passos de Lima Barreto, mas que conheceu um trágico destino ao tornar-se uma espécie de duplo do autor de “Triste fim de Policarpo Quaresma”.

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5 livros vencedores do Prêmio Jabuti 2022

O som do rugido da onça, de Micheliny Verunschk

O som do rugido da onça constrói uma poderosa narrativa que deixa de lado a historiografia hegemônica para dar protagonismo às crianças – batizadas aqui de Iñe-e e Juri – arrancadas de sua terra natal. Entrelaçando a trama do século XIX ao Brasil contemporâneo, somos apresentados também a Josefa, jovem que reconhece as lacunas de seu passado ao ver a imagem de Iñe-e em uma exposição.  Em 1817, Spix e Martius desembarcaram no Brasil com a missão de registrar suas impressões sobre o país. Três anos e 10 mil quilômetros depois, os exploradores voltaram a Munique trazendo consigo não apenas um extenso relato da viagem, mas também um menino e uma menina indígenas, que morreriam pouco tempo depois de chegar em solo europeu.


Também guardamos pedras aqui, de Luiza Romão

As pedras de Luiza Romão têm a ver menos com as pedras no bolso de Virginia Woolf, e mais a ver com as pedras jogadas pelos palestinos em Sheikh Jarrah: um ato ao mesmo concreto e simbólico, de autodefesa e resistência ao neocolonialismo. As pedras de Luiza têm mais a ver com a pedra de Drummond, a de João Cabral, a pedra das canções de protesto do Clã Nordestino, de Nina Simone, de Pete Seeger, de Barbara Dane e de Selda Bağcan. Em Também guardamos pedras aqui, Luiza Romão consegue inserir momentos de afago e restauro existencial, sem perder uma perspectiva crítica.


A lua na caixa d’água, Marcelo Moutinho

 Em A lua na caixa d’água, Marcelo Moutinho nos conta histórias de pai e filha, exalta o samba e o saber das ruas e lembra personagens como Dona Ivone Lara e Tia Maria do Jongo. Dedicada a Aldir Blanc, tema do texto que dá lhe título, a obra é também um tributo aos grandes mestres da crônica, como Paulo Mendes Campos, Rubem Braga e Clarice Lispector. “Como um adulto que não se adulterou, Moutinho escreve na encruzilhada em que o escritor encontra o menino de Madureira para que um conte ao outro, nas assombradas horas em que já não há mais o tempo linear, sobre aquilo que, de tão grande, só pode ser exprimível na miudeza de seus desacontecimentos: a vida”, afirma Luiz Antonio Simas na orelha do livro.


Escravidão – Volume II, Laurentino Gomes

No segundo volume de Escravidão,  Laurentino Gomes concentra-se no século XVIII. O período representou o auge do tráfico negreiro no Atlântico, motivado pela descoberta das minas de ouro e diamantes no país e pela disseminação, em outras regiões da América, do cultivo de cana-de-açúcar, arroz, tabaco, algodão e outras lavouras marcadas pelo uso intensivo de mão de obra cativa.


A vestida ,de Eliana Alves Cruz

Crítica social, referências a ancestralidade africana, pesquisa história, ironia, insurgência poética e um cuidado com o enriquecimento humano dos seus personagens marcam a prosa dessa escritora carioca. Os seus personagens não estão soltos nos vãos da história, nos espaços invisíveis aos quais as vivências negras quase sempre foram relegadas, muito ao contrário, eles estão intimamente comprometidos com a vida e o tempo, iniciados em terreno ficcional bem elaborado.


5 livros de autores vencedores do Nobel de Literatura

A vergonha, Annie Ernaux

Em A vergonha, Annie Ernaux narra um  episódio de violência doméstica do pai contra a mãe quando tinha doze anos;  a escritora põe em curso o doloroso processo de rememoração de uma experiência traumática, ao mesmo tempo que identifica nesse incidente a gênese de um sentimento que passaria a acompanhá-la para o resto da vida.


Sobrevidas, Abdulrazak Gurnah

Neste romance magistral, Abdulrazak Gurnah joga luz sobre as consequências devastadoras da opressão e do colonialismo sobre todo um continente. Enquanto os personagens vivem, trabalham e se apaixonam, pairam sobre eles o fantasma da guerra e a possibilidade de que novos combates arrasem a vida de todos mais uma vez.


Receitas de inverno da comunidade, Louise Glück 

Nesta coletânea, estão os temas que consagraram Louise Glück como uma das vozes mais apaixonantes da literatura contemporânea: a solidão, a exaustão, o trauma, as descobertas da juventude e as reflexões que acompanham o envelhecimento. Seus poemas ― que mesclam ensaio, ficção, mitologia, psicanálise e filosofia, na forma de épicos condensados ― são capazes de iluminar as fragilidades da alma humana.


Ensaio sobre o cansaço, Peter Handke

Neste Ensaio, Handke explora a serenidade do cansaço. Esse estado com o qual todos nós temos nos relacionado, e normalmente visto como algo negativo, se tornará um diálogo narrativo do autor consigo mesmo, uma experiência de vida universalizante a partir de formas e imagens que dele emanam e que o transformam numa premissa fundamental de uma vida poética: “O que o cansaço inspira diz menos sobre o que é para se fazer do que aquilo que pode ser deixado para trás”.


Sobre os ossos dos mortos, Olga Tokarczuk 

Subversivo, macabro e discutindo temas como mundo natural e civilização, este livro parte de uma história de crime e investigação convencional para se converter numa espécie de suspense existencial. “Uma das grandes vozes humanistas da Europa”, segundo o jornal The Guardian, Olga Tokarczuk oferece um romance instigante sobre temas como loucura, injustiça e direitos dos animais.


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