Euclides da Cunha e o sertão brasileiro
Escritor de Os sertões é o homenageado da Flip 2019. Veja livros do autor e outros que dialogam com sua principal obra
O escritor Euclides da Cunha é o homenageado da 17ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip 2019). Nascido em 20 de janeiro de 1886, no Rio de Janeiro, o autor ficou conhecido no país após a publicação do livro Os sertões, no qual retrata as experiências na Guerra dos Canudos, na Bahia. A obra foi seu principal trabalho jornalístico e é considerada um dos grandes clássicos da literatura brasileira.
Além de Os sertões, selecionamos oito títulos literários que vão ajudar você a entender melhor as mazelas enfrentadas pelo povo do sertão brasileiro e do Nordeste. Nossa lista inclui ainda livros de autores de diferentes estados da região, como Ariano Suassuna, Rachel de Queiroz, Castro Alves e Ana Miranda.
Confira a seleção completa e boa leitura!
Os sertões, de Euclides da Cunha
Publicado pela primeira vez em 1902, Os sertões, de Euclides da Cunha, é um retrato do Brasil da época. A obra trata da Guerra de Canudos que aconteceu no interior da Bahia. O autor, que era correspondente do jornal O Estado de São Paulo, presenciou parte dos acontecimentos na região e os descreveu de forma fiel. Além de desenvolver um romance histórico que mistura uma narrativa literária, sociológica e geográfica. Euclides da Cunha nos deixa uma obra que se baseia em três pilares: a terra, o homem e a luta.
Vidas secas, de Graciliano Ramos
Vidas Secas é um dos principais romances de Graciliano Ramos. O que impulsiona os personagens é a seca, áspera e cruel, e paradoxalmente a ligação telúrica, afetiva, que expõe naqueles seres em retirada, à procura de meios de sobrevivência e um futuro.
Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto
Neste livro, o escritor João Cabral de Melo Neto conta a história de um retirante nordestino, chamado Severino, que deixa o sertão por causa da seca e vai para o litoral em busca de uma vida melhor. O título da obra refere-se ao sofrimento do personagem durante a viagem, relatada por meio de um poema dramático.
Padre Cícero – Poder, fé e guerra no sertão, de Lira Neto
Padre Cícero é o resultado de dez anos de pesquisa de Lira Neto. Nesta biografia, o autor se debruça sobre a vida do mais amado e controvertido líder religioso que o Brasil já teve: Cícero Romão Batista, o Padim Ciço dos romeiros e fiéis. Baseado em documentos raros e inéditos, o autor reconta, com riqueza de detalhes, os 90 anos de vida do sacerdote, desde seu nascimento no sertão cearense até a consagração como líder popular.
Auto da compadecida, de Ariano Suassuna
Dividida em três atos, a peça Auto da compadecida conta a história de João Grilo e Chicó, que andam pelas ruas anunciando o filme A paixão de Cristo, “o mais arretado do mundo”. Os dois trabalham em uma padaria e aproveitam a morte da cadela da mulher do padeiro para ganhar um trocado. João Grilo vive em confusões e Chicó é um covarde que gosta de contar mentiras. Publicada inicialmente em 1955, a história depois foi eternizada nos cinemas e conquista o público até hoje.
A casa dos budas ditosos, de João Ubaldo Ribeiro
Este livro narra a história de CLB, uma mulher de 68 anos, nascida na Bahia e residente no Rio de Janeiro, que jamais se furtou a viver – com todo o prazer e sem respingos de culpa – as infinitas possibilidades do sexo. Seriam as memórias desta senhora devassa e libertina um relato verídico? Ou tudo não passa de uma brincadeira do autor? Nunca saberemos. Importa é que ninguém conseguirá ficar indiferente à franqueza rara deste relato e a seu humor corrosivo.
Memorial de Maria Moura, de Rachel de Queiroz
Um dos principais livros de Rachel de Queiroz é o Memorial de Maria Moura, ambientado no sertão do início do século XIX. A obra narra a história da guerreira Maria Moura, jovem corajosa que transforma-se na líder de um bando de homens armados.
Os escravos, de Castro Alves
Publicado de forma independente pela primeira vez em 1883, Os escravos é um dos principais livros de Castro Alves. A narrativa da obra tem como foco central o tema da escravidão, como a maior parte do trabalho do poeta. De formação cultural sofisticada, o escritor compreensão da alma popular a partir de suas temáticas.
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