Quem quer ser escritor?
A convite da Estante Virtual, a curadora e produtora do ciclo de workshops Profissão: Escritor, Michelle Strzoda, reuniu algumas dicas valiosas para futuros escritores, com pitacos e bastidores da escrita da fangirl Frini Georgakopoulos e do incrível Vinicius Grossos!
Os dois autores transitam dentro da literatura young adult (YA) – gênero que separa-se da literatura infantojuvenil por deixar de lado a ingenuidade dos protagonistas e concentrar-se em temáticas mais adultas. Normalmente, incluem temas como: identidade, sexualidade, depressão, suicídio, abuso de drogas, relacionamento familiar, relacionamentos amorosos, status social, bullying e muitos outros. Confira abaixo algumas dicas!
- Leia. Leia. Leia.
- Revise muito.
- Não desista, nem de uma editora, nem das personagens, nem de você.
Numa conversa regada a café – bebida preferida de Vinicius Grossos, autor dos conselhos que titulam este post, para cair dentro das suas histórias –, ele dispara o que mais influencia no seu processo criativo, sem deixar de problematizar as nuances e obstáculos para a finalização e envio dos seus textos para a sua editora. Até a publicação, o processo atravessa um longo percurso.
– O que eu recomendo ler? Absolutamente tudo. Todos os gêneros e estilos. Desde os clássicos até os best-sellers. Quando você, escritor, começar a contar a sua história, você já vai ter um norte na sua cabeça de como quer que a sua criação soe, como não quer que ela pareça e qual vai ser o caminho mais proveitoso para você chegar aonde deseja.
Essa tal liberdade
Lendo, assim, de relance o que o Grossos diz, escrever parece simples à beça, não é mesmo? Pode até ser para uns, mas, sem dúvida, não é bem assim para todos. Atingir a simplicidade, aliás, requer bastante trabalho.
O autor, que tem sua obra publicada pela Faro Editorial, vai além e divide com o #profissaoescritor sobre o que o inspira para escrever: “Preciso de rotina. Amo pegar pessoas normais, que poderiam ser eu, você, seus amigos, vizinho, e criar uma história complexa e de muita identificação”, dispara. “Acredito que todos nós escondemos nossos problemas, porque não é legal expor ou sair tornando nossa dor algo midiativo”, explica. “Mas, no livro, podemos fazer isso, e eu gosto muito de usar essa liberdade”.
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Link com Lovelace e Gaiman
Experiente mediadora de eventos literários, Frini Georgakopoulos – que também é jornalista e publicou recentemente dois livros, um pela Seguinte e outro, como coautora, pela Galera Record – concorda sobre a versatilidade de gêneros no repertório de referências da biblioteca do escritor.
“Leio vários gêneros diferentes. Agora estou aqui com ‘A bruxa não vai para a fogueira neste livro’, poemas da Amanda Lovelace.”
Frini pondera que os livros escolhidos precisam ter um link com o que a gente gosta: “Como eu adoro excelentes personagens e uma trama um pouco macabrinha, ‘O livro do cemitério’, do Neil Gaiman, é uma indicação para quem curte fantasia, terror, romance, aventura, mas não quer passar medo”.
Filmes, séries, músicas: somos todxs fãs, e agora?!
“Personagens são o meu ponto de partida para qualquer história. Se vejo um filme, ou série, ou ouço uma música que me move, acabo automaticamente criando personagens e, com eles, a ponta de uma história”, revela Frini. “Daí para frente, é só trabalhar em motivação, relacionamentos, conflitos até eu não aguentar mais e transbordar em páginas. Relações humanas, palavras, sentimentos, tudo me inspira.”
Fangirl assumidíssima, Frini conta que “se pendura” em redes sociais e sites especializados em imagens em busca de fotos, fanvídeos, fanfics, gifs e tudo mais. “Dali acabo criando uma história para fanfic – que termino escrevendo, mas nunca desenvolvendo. Essa história pode se transformar na premissa de um conto ou livro”, compartilha.
“Tá na moda? Cola no digital”
Tanto Frini como Vinicius, que têm trabalhos publicados com foco no público YA – segmento considerado frisson no mercado de livros pela capilaridade que atinge, em termos de venda e burburinho nas redes sociais –, têm dicas preciosas para labutar na escrita.
Frini elencou especialmente para o #profissaoescritor o que considera essencial para uma boa história agarrar um editor e, consequentemente, leitores de youg adult. Corre e anota as dicas da nossa escriba fangirl:
- Gramática correta. Não dá para querer correr de carro sem saber dirigir e escrever não é diferente.
- Escreva o que você gostaria de ler e, dentro disso, busque os elementos de uma boa história de acordo com o gênero que está escrevendo. Escrever o que está na moda só funciona se você vai postar nas plataformas de autopublicação imediatamente. Então escreva o que você quer ler, a história que quer contar.
- Tenha humildade para ver seu trabalho editado e receber críticas. Uma beta reader é uma boa para ler o trabalho antes de ele ser submetido à editora. Mantenha o seu estilo, sua história, mas tenha a mente e o coração abertos para que possa aprimorar o seu trabalho.
Quer mais frisson teen? Então vem com a gente para o #profissaoescritor, que ainda conta com a participação da Gui Liaga, agente literária especializada no segmento no mercado de livros com temática YA. 🙂
MICHELLE STRZODA é jornalista e editora. Empreendedora criativa, cofundadora e ex-diretora da Babilonia Cultura Editorial. Cursou Edição de Livros na Universidad Complutense de Madrid, Jornalismo na ECO|UFRJ e Letras na Uerj. Autora de ‘O Rio de Joaquim Manuel de Macedo’, finalista do prêmio Jabuti, e coautora da revista 450 anos da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Trabalha há 16 anos no mercado editorial.
SERVIÇO:
Profissão: Escritor é um ciclo de workshops de emprendedorismo em cultura editorial, diálogos literários, narrativas ficcionais e não ficcionais, e escrita afetiva. | Dia 14/04, de 9h às 18h | Carga horária: 8h. Mais informações em: http://estacaodasletras.com.br/ciclo-profissao-escritor-2/
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