Uma filósofa além das fronteiras: por que ler Márcia Tiburi?
Hoje é aniversário de Márcia Tiburi. Conheça um pouco da sua trajetória que se divide entre a sala de aula, a prática política e a vida acadêmica.
Márcia Tiburi é um dos maiores exemplos de personalidades que prezam pela teoria alinhada à pratica. Versátil para lidar com diversos tipos de públicos e linguagens, seu pensamento é marcado pelo forte engajamento com questões filosóficas e políticas. Conhecida como “uma pensadora sem fronteiras”, ela nos apresenta uma vasta bibliografia que reflete (e muito!) a sua trajetória acadêmica e de militância.
Nascida em 6 de abril de 1970, hoje a gaúcha completa 47 anos de muitas histórias para contar. A começar pelas suas escolhas profissionais: no final da década de 1980, Márcia iniciou seus estudos em Filosofia (PUC-RS) ao mesmo tempo em que cursou a Faculdade de Artes Plásticas (UFRS). Em 1999, concluiu o doutorado na área de Filosofia Contemporânea. Mais tarde, seu pós-doutorado focou em História da Arte e Feminismo (Unicamp). Atualmente, ela é professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Vida de militância política e social
Estamos, então, diante de uma filósofa, professora universitária e romancista. Suas obras transitam pelas temáticas do feminismo, racismo, classismo, feminicídio e genocídio indígena. Márcia Tiburi se dedica ao ensino consistente e à problematização de questões desprezadas na tradição filosófica ocidental, por exemplo. Ela defende ferozmente que o campo filosófico não deve se restringir aos eruditas, nem tampouco os intelectuais politizados. É para todos e todas! Todos e todas que se atentam para o lugar de fala de cada experiência vivenciada, os não-lugares, o que é incomum e, muitas vezes, improvável.
Vamos conhecer algumas contribuições literárias de Márcia Tiburi? Suas publicações, em geral, são livros de filosofia, romances e colunas na revista CULT.
Como conversar com um fascista: reflexões sobre o cotidiano autoritário, 2015
Com sua rara capacidade de explicar temas filosóficos para o leitor comum, Márcia Tiburi alcançou o sucesso de público e de crítica como uma filósofa pop. E nesses tempos de nervos à flor da pele e agressivos embates políticos, Márcia traz nesta obra: pensar com os leitores sobre questões da cultura política experimentada diariamente, de um modo aberto, sem cair no jargão acadêmico. O argumento principal é como pensar em um método, ou uma postura, para contrapor o discurso de ódio, seus reflexos na sociedade brasileira e repercussão nas redes sociais.
Filosofia em comum, 2008
Em linguagem simples e clara, a autora constrói um livro-dispositivo no qual leva o leitor a buscar a filosofia não como história de ideias prontas, mas como método, ou seja, um modo de pensar. Um verdadeiro estilo de vida!
Ridículo Político, 2017
O livro é resultado de uma investigação sobre manipulação da imagem e o que seria esteticamente correto. No livro, a autora coloca a centralidade da discussão o abuso do poder, a transformação do poder em violência, preço pago pela despolitização, entre outros. Questões sobre racismo, machismo, fascismo inseridos na política contemporânea são desmembradas dentro da obra, trazendo luz e esclarecimento ao leitor.
Uma fuga perfeita é sem volta, 2016
O quinto romance de Tiburi conta a história de Klaus, um funcionário da chapelaria de um museu. O personagem é brasileiro e mora sozinho em um velho apartamento no bairro turco de Berlim. Depois de anos sem contato com a família no Brasil e após uma noite maldormida, telefona para a irmã, Agnes, que, em meio a trivialidades, revela que o pai está morto há meses. A partir dessa descoberta, Klaus se entrega à dúvida entre voltar ao lugar em que nasceu e avaliar os motivos pelos quais escolheu a distância ou permanecer e lidar com a condição de estrangeiro, a dificuldade com a língua alemã, a gagueira e a configuração corporal “sexualmente confusa” que o aflige muito. Em um contexto de incansável meditação sobre questões éticas e afetivas, a autora nos mostra um dilema subjetivo de um homem que “de certo modo, não existiu”.
Filosofia cinza – a melancolia e o corpo nas dobras da escrita, 2004
A obra traça um mapa de diálogo com Aristóteles, Platão, Kant, Descartes, Padre Antonio Vieira, Nietzsche e vários outros autores. O texto discorre sobre a relação do corpo, genealogia da melancolia, sofrimento, códigos e decodificações do século XIX e XIX.
Quais outros livros de Márcia Tiburi você já leu?
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Por que Marcia Tiburi não escreve um livro sobre nudismo como forma de vida em sociedade, sem preconceitos com igualdade nus e sem posses sem comparações pois todos seriam iguais
Esta tinha que ser presidente do Brasil ela quer todo mundo sem propriedade privada e que todos sejam iguais e andem pelados….
Ô Wladimir, bosta é você,analfabeto.