Ernest Hemingway, um dos maiores escritores do século XX, completaria 118 anos hoje.
Considerado o maior escritor americano de todos os tempos, Ernest Hemingway teve uma produção literária extensa e bastante aclamada. Ganhador do Prêmio Pulitzer de 1953 e do Nobel de Literatura do ano seguinte, ele escreveu romances, livros de não ficção, coletâneas de contos e livros-reportagem.
No entanto, além do reconhecimento que obteve através de sua literatura, Hemingway também tornou-se uma lenda e um ícone cultural, por conta de sua personalidade excêntrica e pela sua vida, que pode ser considerada tudo – menos comum. O autor participou das duas grandes guerras mundiais, sobreviveu a dois acidentes de avião e sentiu na pele a aventura, o heroísmo, a tristeza e a solidão. Hemingway é um desses raros casos em que o autor se sobrepõe a sua obra. Confira alguns fatos inacreditáveis de sua vida!
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Ernest Hemingway foi um bastardo inglório
Assim como o personagem de Brad Pitt no filme de Quentin Tarantino, Hemingway também liderou seu time de soldados rebeldes
à caça de nazistas em plena Paris ocupada. Servindo como correspondente na Segunda Guerra, ele removeu sua insígnia de não-combatente e se fez passar por coronel. Ele foi acusado de crimes de guerra pela Convenção de Genebra quando ele liderou uma milícia francesa numa batalha contra os nazistas. No fim do julgamento, ele não foi condenado e alegou que apenas aconselhava a milícia e que o “coronel” atribuído pelos soldados era apenas um “título afetuoso”.
De acordo com o autor, ele e sua unidade foram os primeiros a entrar na cidade durante a libertação de Paris, retomando o Hotel Ritz do controle nazista um dia antes da força aliada chegar à capital francesa.
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Hemingway foi um espião soviético
Nos últimos anos de sua vida, os poucos amigos começaram a suspeitar que Ernest Hemingway estava ficando paranóico. O autor viva tenso, afirmando que o FBI estava espionando sua vida. Ele chegou até a ser tratado com eletrochoque, seguindo recomendações médicas. Ao todo, foram 15 sessões. Tempos depois foi revelado que ele realmente estava sendo vigiado por ordem de J. Edgar Hoover, diretor do FBI. Mas as reviravoltas não param por aí. Em 2009, o livro
Spies: The Rise and Fall of the KGB in America revelou que o FBI tinha razão em espionar o escritor: ele realmente estava na lista dos agentes da KGB nos Estados Unidos. Baseado nas notas de um oficial do serviço de espionagem russo, o livro revela que Hemingway foi recrutado em 1941 antes de fazer uma viagem à China. Seu codinome era “Argo”.
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Nos últimos anos de sua vida, o autor era vigiado pelo FBI
A.E. Hotchner, biógrafo e amigo de Hemingway, escreveu um artigo sobre ele no
New York Times em 2011 afirmando que o autor passou seus últimos dias extremamente paranoico com uma suposta vigilância do FBI – e a paranoia, que era vista como loucura pelos amigos, acabou sendo justificada.
“É o pior dos infernos. O inferno mais maldito. Eles grampearam tudo. É por isso que estamos usando o carro de Duke. O meu está grampeado. Tudo está grampeado. Não posso usar o telefone. A correspondência é interceptada”, teria dito Hemingway a Hotchner, logo após seu aniversário de 60 anos. O biografo e amigo lembra de pensar que o escritor tinha ficado louco.
No entanto, Hotchner ficou chocado quando o
FBI liberou os arquivos relativos a Hemingway, depois de um pedido amparado na Lei da Liberdade de Informações. O órgão admitia que em 1940 Hemingway foi incluído por
J. Edgar Hoover numa lista de suspeitos. “Nos anos seguintes, os agentes fizeram relatórios e grampearam o telefone dele.” Hotchner teve de repensar suas memórias de um Hemingway enlouquecendo no fim da vida – uma situação que chegou a levá-lo a fazer terapias de choques elétricos – e admitir o fato de que o autor estava certo, no fim das contas.
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Ernest Hemingway foi um verdadeiro Highlander
Hemingway era duro na queda. Sua lista de infortúnios era quase tão grande quanto sua bibliografia. Ele sobreviveu ao antrax, à malária, à pneumonia, ao câncer de pele, à hepatite e a diabetes. E essas foram apenas as doenças.
Em 1954, na África, Hemingway
quase morreu em dois acidentes de avião em dois dias seguidos. Ele havia contratado um voo turístico sobre o Congo como presente de natal para sua esposa Mary. Ao sobrevoar as cataratas Murchison, o avião bateu numa torre de energia e caiu. O autor ficou ferido na cabeça e sua esposa quebrou duas costelas. No dia seguinte, tentando chegar ao hospital em Entebbe, eles embarcaram num segundo avião que explodiu ao decolar. O escritor sortudo sofreu queimaduras e uma segunda concussão, essa mais grave. Quando eles finalmente chegaram à cidade, encontraram jornalistas fazendo a reportagem sobre a sua própria morte. Ele disse aos repórteres que passaria “as próximas semanas se recuperando e lendo seus obituários equivocados”.
Como um bom Highlander, a imortalidade de Hemingway encontrou seu fim como uma decapitação. Em 2 de julho de 1961, ele se matou com um tiro de espingarda favorita (comprada numa loja Abercrombie & Fitch. Sim, aquela mesma). O resultado foi devastador. Ele explodiu a própria caixa craniana por completo.
Ao fazer isso, o autor destruiu os demônios da depressão, da insegurança e do alcoolismo que o atormentavam há décadas. Além de uma vida de imensas conquistas literárias e aventuras cinematográficas, o suicídio de Hemingway trouxe um trágico contraponto à celebração de uma vida marcada pelo reconhecimento artístico de um dos mais influentes escritores do século XX.
Qual sua obra favorita de Ernest Hemingway? Deixe sua opinião e participe da conversa.
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Mestre em Comunicação Social, MBA em Comunicação Corporativa, Pós-graduado em roteiro de audio visual. Mais de 15 anos de experiência em comunicação empresarial, endomarketing, redação publicitária, jornalística e de conteúdo para redes sociais.
Ja li vários livros dele. Agora estou lendo Paris é uma festa. Estou adorando. Será que esse livro inspirou Woodie Allen a fazer “Meia noite em Paris”?
Para mim Hemingway realmente foi o maior escritor americano, mesmo que eu goste muito de Mark Twain… O sol também se levanta, é com certeza o meu livro favorito no mundo. E Você só esqueceu de mencionar que ele morreu em Cuba, e também poderia ter comentado sobre o romance vivido por ele que serviu de inspiração para Adeus as Armas!
Ele ainda estaria vivo com certeza, hehehe Parabéns cara.
Almoço Nu.
“O sol também se levanta”
À simplicidade de o velho e amor é tão genuíno e espontâneo, que é genial. O meu predileto.
Segue para referência: https://en.wikipedia.org/wiki/Automatic_Colt_Pistol
Alguma coisa tem de errado thome, porque .32 ACP é calibre de pistola, para civis o 7,65…
Pela poesia e história de superação, me encanta “O Velho e O Mar”. E também pelo aspecto afetivo: meu pai gostava muito deste romance.
Triste fim para uma pessoa que viveu intensamente, pois tirar a própria vida torna-se uma história sem sentido, como um livro sem o final.
“o atormentavam a décadas”
Eu sei que o verbo haver está caindo em desuso, mas não custa insistir nele.
No mais, ótimo texto.
Com toda certeza, Cláudio. Por favor, perdoe o equívoco e obrigado pelo alerta.
Saudações literárias.
Por quem os sinos dobram.
A verdade do fato foi esclarecida por um desertor russo chamado Pavlov Sudoplatov, que confirmou que os Rosenberg eram, de verdade, espioes; Abel depois foi preso e trocado pelo piloto do avião espião U2 Francis Gary Powers
A respeito do fato dele ser a gente da KGB, isso é um golpe de desinformação plantado pela própria agência soviética para proteger Rudolf Abel, o verdadeiro mestre de espiões debaixo do nariz do FBI; Hemingway era conhecido de David Greenglass, pupilo de Abel que trabalhava dentro do projeto Manhattan e que passava, via cunhado e irmã – o malfadado casal Rosenberg – informações para Abel. Hemingway se suicidou com uma espingarda Rossi, de propriedade dele, e o pai se suicidou com uma Harrington & Richardson calibre 32 ACP, que foi enviada para ele por sua mãe
Entao, quanto a melhor autor é complicado. Tem o Mark Twain. Mas o meu livro favorito é O Velho e o Mar
Sem dúvida, Hemingway era um craque. Possuía todas as virtudes de um grande escritor. Sua prosa era sagaz, inveterada. Li alguns contos, mas “O Velho e o Mar” é sem dúvida uma referência marcante de sua verve. Vejo poucos como ele no cenário americano, talvez (e aí estou chutando) Stephen King e Clive Barker tenham se influenciado.
Bom falar de literatura! Abs!
O melhor é o clássico ” O Velho e o mar”.
O Velho e o Mar.
Pelo que sei o maior escritor americano foi: J.D. Salinger, mas Ernest foi grande.
O velho e o mar
Bem, primeiramente vale lembrar que Hemingway optou pelo suicídio depois de ser diagnosticado com Alzenheimer. Segundo que ele não se matou com uma espingarda comprada na Abercrombie & Fitch, e sim com a mesma espingarda que seu pai se matou e que lhe foi enviada por sua mãe, Hemingway sempre se indagou se o envio da espingarda era um pedido para que o filho seguisse o suicídio do pai.
Cadê a fonte desse texto?
Olá, Gustavo!
Seguindo sua observação, verificamos nossos dados mas não encontramos qualquer referência ao compartilhamento de armas nos suicídios e Ernest e seu pai. confira abaixo uma das fontes utilizadas em nossa pesquisa (http://www.cigaraficionado.com/webfeatures/show/id/Remembering-Papa_6016/p/1)
Sua participação é bem vinda e estamos à sua disposição para mais esclarecimentos. Obrigado e boa leitura.
O velho e o Mar.
Paris é uma Festa.