Literatura nas alturas (só na primeira classe)
Você gostaria de ler uma revista literária sobre teatro e arte, com histórias e artigos exclusivos de Joyce Carol Oates, de Emily St John Mandel, do finalista do National Book Award Estação Onze, do ganhador do Pulitzer Anthony Doerr e de Rick Moody , de Tempestade de gelo? E uma história inédita do falecido Elmore Leonard ? Gostaria? Pena. Você não pode. A não ser que você faça parte do seleto clube de pessoas que voam na classe executiva ou na primeira classe dos aviões da United Airlines. A United é apenas a mais recente participante de uma tendência entre as companhias aéreas de contratar autores de prestígio no mercado literário para emprestar credibilidade cultural às suas publicações internas. Os autores oferecem material inédito em troca de um generoso cachê – ou passagem grátis nas suas viagens para eventos de divulgação de suas obras. É uma forma moderna de mecenato. E como toda forma de mecenato, há problemas na limitação da liberdade dos artistas. Na edição de junho da revista, Emily Mandel fez uma longa reflexão sobre os cuidados ao se escolher uma leitura durante um vôo longo. Karen Russell, autora de Swamplandia! (ainda não publicado no Brasil) e finalista do prêmio Pulitzer de 2012, escreveu sobre sua viagem à Disney aos seis anos de idade. Resumindo: os textos encomendados aos laureados são, em geral, positivos e possuem um certo encanto pela experiência do vôo comercial. Aos terráqueos da classe econômica resta o consolo de ler a versão on-line das edições passadas. Fonte: The Guardian Você concorda com a estratégia de fazer uma revista literária ser exclusiva da primeira classe? Deixe sua opinião abaixo e participe da conversa. ]]>
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