O que ler?
Leitores falam sobre seus gêneros literários e autores preferidos
Desde pequenos, aprendemos que ler obedece a prazos, está atrelado a metas, e no final tem uma prova para avaliar a nossa compreensão de um livro. Depois de passar por isso repetidas vezes, em algum momento nos perguntamos: como encontrar prazer na leitura em meio a tudo isso? A Estante Virtual tem uma proposta: liberte-se! Faça como outros leitores que descobriram o prazer da leitura na escolha livre dos títulos a ler.
Hoje a leitura é um dos hobbies preferidos da bióloga Mariana Fiuza, 29 anos. Mas antes de encontrar o prazer nos livros, ela lembra da angústia de ter que ler muitos títulos por obrigação na escola. “Nunca tive dificuldade com os prazos de leitura dos livros da escola, pois desde nova gostava de ler. Às vezes lia o livro em um ou dois dias. A questão é que muitos livros eram chatos de ler, mesmo para uma leitora voraz como eu. Imagina, então, quem não tinha o costume de ler e deveria, teoricamente, ser incentivado a isso”, questiona a leitora.
A vida acadêmica da estudante de direito, Adriana Guidão, 24 anos, não foi muito diferente. “Ao cursar a universidade, principalmente na área jurídica, é preciso ler diversos livros que não gostamos, pois é fundamental que se tenha vários pontos de vista sobre um mesmo assunto. Todavia, meu maior sofrimento em leitura foram livros relacionados à sociologia. Achava cansativo, e quase sempre redundante. Uma simples ideia, que poderia ser exposta em um parágrafo, tomava conta de páginas e páginas”, confessa Adriana, que hoje dá preferência aos romances, livros de ficção jurídica e sobre assassinos em série.
No 2° ano do Ensino Médio, e em preparação para prestar o vestibular para engenharia civil, a estudante Natália Paixão, 15 anos, descreve como são as aulas de literatura em sua escola. “A verdade é que ninguém gosta de ler por obrigação. As pessoas se interessam por estilos literários diferentes. Então, quando o professor coloca os alunos para lerem Dom Casmurro, de Machado de Assis, por exemplo, está certo que algumas pessoas vão se interessar, mas muitas ainda não estão preparadas para esse tipo de literatura considerada por eles cansativa”, comenta a estudante.
Reencontrando o prazer da leitura
Apesar dos desencontros, todos os leitores podem reencontrar o prazer da leitura em um gênero literário ou autor específico. Mariana Fiuza, por exemplo, se apaixonou pelas obras da romancista norte-americana Nora Roberts. “Ela é uma escritora, praticamente compulsiva, de romances variados – o que satisfaz os fãs que têm sempre um livro novo para ler. Além disso, as relações interpessoais são o ponto forte de sua narrativa. Os diálogos são ótimos e os personagens são sempre interessantes”, argumenta a bióloga que confessa: “quando termino um livro, sinto falta daquelas pessoas que conheci naquela história”. Por isso, Mariana dá preferência às trilogias escritas pela autora, onde reencontra seus personagens queridos. Seus títulos preferidos de Nora Roberts são: O Testamento, as Trilogias da Magia e do Coração e os livros da série Mortal, que a escritora assina com o pseudônimo de J. D. Robb.
Já Adriana Guidão se encantou pela narrativa leve e descontraída da autora irlandesa Marian Keyes. “A linguagem tranqüila de suas obras relaxa o leitor e, ao mesmo tempo, o intriga com as situações em que os personagens vivenciam. As histórias expostas são narradas tão informalmente que temos a impressão de estar lendo um diário de uma amiga próxima e vivendo junto com ela todos os seus dilemas”, justifica a leitora que tem em Melancia e Casório suas histórias favoritas. Quando perguntada sobre o preconceito que muitos ainda têm com o gênero chick-lit (literatura voltada para mulheres), Adriana é enfática. “Muitos acreditam que o gênero criado com a leva de livros feministas é um ‘lixo literário’, mas tenho certeza que não. Os conflitos que são tratados nos livros são fatos do cotidiano. Essas obras narram o retrato de mulheres modernas, com vários questionamentos, mas ao mesmo tempo independentes e audaciosas. E tudo é escrito em uma narrativa leve, divertida e charmosa”, defende a leitora que se considera uma verdadeira devoradora de livros.
Natália Paixão, por sua vez, encontrou o prazer na leitura com a romancista policial britânica Agatha Christie. “Eu me encontrei no gênero policial. Acho fascinante o estudo que escritores do gênero fazem sobre personalidades humanas para construção de seus personagens. Interesso-me pelo fato de perceber como eles seguem pistas minunciosas que, para a maioria das pessoas, passariam despercebidas”, explica Natália, que hoje também lê histórias de ficção e romance.
Escolhendo um livro na prateleira
Diante da infinidade de livros e autores existentes, escolher um livro para ler nem sempre é tarefa fácil. Por isso, Mariana recorre às pesquisas. “Às vezes, procuro sugestões de jornais e revistas. E, quando acho um autor que gosto, coloco ele na minha listinha de ‘a procurar’ e sempre dou uma olhada pra ver se tem algum lançamento desse autor”. A sinopse do livro também é muito importante. “Costumo ler a contra-capa das obras para ver se a história me atrai. E adoro namorar capas bonitas e diferentes. Nos últimos anos, acho que as editoras estão investindo bem nesse tipo de atrativo”, explica a bióloga que, além dos romances de Nora Roberts, também dá um pulinho nas narrativas históricas, de aventuras e nas biografias. Para Adriana escolher um livro, ele precisa trazer uma proposta desafiadora. “Gosto de livros que me tragam desafios, que me façam viajar de vez para dentro dele”.
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Sabe outra dica que funciona na maioria das vezes? Procure o livro no qual aquele teu filme favorito se baseou.
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